Um património vitícola excecional

Uma vinha objeto de todas as atenções

Em condições extremas como as condições que existem no Douro,
a vinha exige um acompanhamento constante. Exige ainda mais atenção, porque é extremamente difícil trabalhar nesta vinha e também devido à diversidade das castas
que não permitem uma solução única.
Um trabalho personalizado, todos os dias

A tipicidade das vinhas do Douro

Visitar o Douro é, em primeiro lugar, sentir uma admiração igualável aos árduos esforços dos homens para domesticar estas encostas que têm, por vezes, mais de 40% de inclinação. Muito representativo da cultura tradicional na zona montanhosa, a Quinta tem mais de 3 tipos de cultivo da vinha: sobretudo composta por socalcos que abraçam intimamente as mais ínfimas características do relevo. Esses socalcos são sustentados por muros de pedra seca que foram reabilitados quando se estavam a desmoronar e abrigam as vinhas mais antigas numa ou em duas filas no máximo. Sabiamente construídos tinham como objetivo proteger pelo menos uma das filas com a sombra e evitar a erosão dos solos. Muito dispendioso, este sistema foi substituído nos anos 70 pelo sistema de patamares, socalcos mais largos e separados por taludes gramíneos. Por último, uma curiosidade: na Quinta da Côrte, o sistema de vinha ao alto, ou seja, da vinha plantada no sentido da inclinação da encosta não foi desenvolvido. Muito embora permita uma maior densidade da vinha e, eventualmente, algumas intervenções mecânicas raras, em nada protege contra a maior ameaça das vinhas do Douro: a erosão do solo.

O trabalho da vinha

Quando as Vinhas Philippe Austruy assumiram esta quinta, a vinha, com uma idade média de 40 anos, foi, em primeiro lugar, sujeita a uma cuidadosa intervenção, parcela a parcela, fila a fila, cepa a cepa. Um trabalho necessário tendo em conta a diversidade das castas tradicionalmente plantadas de forma misturada. As cepas em falta ou doentes foram substituídas. Paralelamente, foi realizada uma mobilização total dos solos de modo a permitir encontrar uma respiração, favorecer o enraizamento vertical e promover o regresso a uma vida microbiana saudável. Desde há 2 anos, metade da Quinta, ou seja, 12 hectares são cultivados uma vez por ano com uso do cavalo.

Por fim, para promover uma melhor adaptação ao solo e sobretudo ao clima, a poda é progressivamente orientada para o método tradicional: a vara e torno, próximo da poda guyot tem a vantagem de rebaixar a floração que, ficando mais próxima do solo, fica assim melhor preparada para resistir ao escaldante calor do verão.