Terroir
Um património vitivinícola de exceção
Tendo sido a primeira região demarcada em 1756, o Douro continua a ser um dos terrenos vitívinicolas mais exigentes do mundo. A Região demarcada do Douro estende-se ao longo de 80 km e está dividida em três sub-regiões. A oeste, o Baixo Corgo, a este o Douro Superior, e no centro, o Cima Corgo junto ao Pinhão onde se encontra a Quinta da Côrte.
Cada uma destas sub-regiões têm condições endafoclimaticas diversas, em particular a subregião do Cima Corgo, no coração da região demarcada do Douro, é um local de referência para a produção de vinhos de classe mundial. O terroir desta icónica região é moldado por um equilíbrio notável entre solo e clima.
Solo de xisto
O solo de xisto predominante na região proporciona uma excelente drenagem e retenção de calor, forçando as raízes das videiras a penetrarem em profundidade em busca de nutrientes através da mais pequena fenda para chegarem às reservas de água e nutrientes. Este solo tão característico acrescenta profundidade e complexidade aos vinhos, contribuindo para as suas notas distintas de frutas e especiarias. O clima, no Cima Corgo apresenta verões quentes e secos, ideais para a boa maturação das uvas, enquanto que os invernos rigorosos garantem um período de dormência necessário às videiras.
Uma vinha singular
Classificada pela Letra A, a Quinta da Côrte totaliza 26 hectares de vinha com exposição a norte com uma densidade média de plantação de 3500-4000 pés/hectares e uma idade média de 40 anos. Plantada exclusivamente com castas tintas, metade da área são de vinhas centenárias, com idades compreendidas entre os 90 e os 110 anos, dando origem à mais famosa e antigas das parcelas da era pós-filoxera forjada nos muros de suporte dos admiráveis socalcos. Esta vinha tem a particularidade de estar junto a encosta do Rio Torto, um afluente do Rio Douro, onde nesta zona os bagos de uva atingem maior concentração de açúcar sendo uma área considerada perfeita para a produção de vinhos do Porto “Vintage”.
As parcelas e cada de pé de vinha é georreferenciado com a ajuda de uma aplicação com dados no momento. Os solos são trabalhados de forma tradicional, com a ajuda de dois cavalos, sem recorrer à utilização de máquinas. A poda é garantida pela equipa da Quinta e o sistema de condução é feito em cordão de Royat ou Guyot que são progressivamente reconduzidas em Vara e Talão.
Os Socalcos
Sendo bastante representativa do modo de cultivo característico do Douro, a Quinta da Côrte reúne os três grandes tipos de técnicas de armação do terreno. Nas encostas com declives superiores a 40% e que tornam completamente impossível a utilização de máquinas, a maior parte das vinhas estão dispostas em socalcos tradicionais, suportados por muros de suporte de pedra seca.
Este sistema, que foi desenvolvido com uma incrível persistência ao longo de séculos goza, do merecido estatuto de Património Mundial da UNESCO em 2001.
Um fator de complexidade e harmonia único no mundo
O Douro é um impressionante repositório de castas autóctones que conferem aos seus vinhos uma única e vincada personalidade. As castas garantem, cada uma à sua maneira, a complexidade e a elegância de um casamento perfeito. Há uma centena de castas diferentes no Douro entre tintas e brancas. A Quinta da Côrte é um fiel guardião do património genético. As mais emblemáticas são:
Touriga Nacional
Intensamente aromática, adapta-se particularmente bem aos solos áridos e rochosos. A sua uva pequena com pele grossa garante uma carga de taninos muito importante. Profunda, generosa.
Touriga Franca
Também muito estruturante nas misturas, apresenta uma magnífica e subtil elegância.
Tinta Roriz
Mais conhecida em Espanha como “Tempranillo”, incute notas empireumáticas e uma subtileza ousada.
Tinta Barroca
Mais à vontade em terras profundas, no sopé da encosta, seduz pela sua textura aveludada e pelo seu charme.