Uma alquimia misteriosa

Quando chega a hora da vindima

Fruto de um ano inteiro de trabalho árduo, as vindimas marcam um momento particularmente importante na Quinta. Presidem à lenta transformação da uva em preciosos néctares.

Em meados de setembro e até meados de outubro, os roga, os vinhateiros, revezam-se na vinha desde as primeiras horas da madrugada para escaparem ao sol inclemente. Têm a tarefa penosa de levar a uva para a adega onde será selecionada e desengaçada. Segundo o tipo de vinho, serão trabalhados com dois sistemas diferentes.

Os vinhos do Porto

segundo a tradição a vinificação é feita em lagares, depósitos retangulares de granito que pouco evoluíram desde o tempo dos romanos. As diferentes capacidades, entre 25 a 50 hectolitros, possibilitam a vinificação parcial e uma adaptação mais apurada da matéria-prima. Durante duas a três horas, com ritmo, os vinhateiros pisam o mosto com os pés. Nalgumas quintas este sistema foi mecanizado, mas na Quinta da Côrte continua-se a pisar a uva: basta o toque para se saber a pressão que deve ser feita. Logo a seguir ao início da fermentação, o teor de açúcar desejado é alcançado, é adicionado ao vinho álcool a 77º destinado a impedir a ação das leveduras. Sendo seguidamente colocado em cubas de betão, inteiramente renovadas, em 2014, para repousar durante algumas semanas. Por fim, terá início o envelhecimento para uma duração variável: os tawnies estagiam em pipas, as barricas tradicionais portuguesas de 25 000 litros, os tintos (Ruby, LBV ou Vintages) vão para as filas de tonéis na penumbra da adega.

Os vinhos tintos do Douro

Atualmente representam 25% da produção da Quinta. Após a vindima, a seleção e o desengace, estagiam em cubas de inox, em bagas de uva inteiras. A vinificação é doce e longa: maceração ligeira, duas a três vezes por dia tendo por objetivo extrair o melhor dos taninos. Seguidamente são colocadas em tonéis bordaleses e em pipas de 600 litros O seu estilo caracteriza-se pela sua concentração, estrutura longilínea, tendo como objetivo celebrar o xisto que determinou os seus aromas brilhantes de frutos frescos.